Glioblastoma Multiforme - aprender a viver com ele

quarta-feira, outubro 11, 2006

Não há direito de tirarem assim a esperança a uma pessoa..

Estive realmente indecisa do título a colocar neste post... Quase optei por citar uma das frases brilhantes que hoje tive o desprazer de ouvir da boca de uma médica que está a tratar a minha mãe, a oncologista LS. E então seria qulaque coisa como: "Depois é esperar a evolução da doença"... ou podemos antes escolher "é o que temos para oferecer"... Sorrindo quase que sarcasticamente como quem vende sabões na merceria do lado...

Pode estar a parecer uma grande confusão o início deste post, mas no fundo reflecte um pouco o estado em que a minha cabeça ficou, após ter tido uma breve conversa (que preferia sinceramente que nunca tivesse acontecido) com a oncologista que segue a minha mãe... Foi com pérolas como "A sua mãe é que insiste em tomar o Temodal mais dois meses, porque não vai adiantar nada"... que a conversa decorreu... Depois de muita insistência minha sobre tratamentos alternativos ao Temodal, no final dos 8 ciclos previstos, ela então, a muito custo lá disse, pode tentar-se o protocolo PCV, tem indcação para isso... Como se essa decisão resultasse apenas da minha persistência, o que de certo modo me leva a questionar como serão tratados a maioria dos pacientes que passam por aquele serviço, com uma confiança cega naqueles médicos. Não quero dizer mal do serviço deliberadamente e indiscriminadamente... Seja feita justiça a alguns médicos que têm sido incansáveis como a Dra PS. Mas esta médica com quem hoje falei devia seriamente reflectir a sua vocação para lidar com doentes de cancro e familiares, uma vez que a sua sensibilidade para tratar destas questões é muito fraca, para não dizer nula. A minha primeira questão foi, Que tal acha a minha mãe?, ao que simpaticamente ela respondeu, Da última vez que a vi estava muito mal, muito mal. Ora bem, não obstante o estado da minha mãe, a verdade é que tem apresentado melhorias notórias até à pessia mais distraída, o que me faz questionar, no mínimo, a atenção desta médica...

Depois de ter passado meses e meses a pesquisar na internet tratamentos alternativos, casos de sobrevivência, hospitais e centros qualificados de ponta para ajudar a minha mãe a lutar nesta luta, aparece uma flausina e dizer que na internet é tudo mau e que temos, e passo a citar uma vez mais, "Após o Temodal, não há nada a fazer é esperar a evolução da doença".

À minha pergunta, E centros de renome no estrangeiro, tipo nos EUA?, ela responde, Sim há alguns em Nova Iorque, mas é uma viagem muito comprida!!!... Apetece dizer: viagem comprida essa que talvez marque uma diferençazita, não sotora????

Enfim, mais pérolas haveria para partilhar, mas prefiro pensar neste pequeno percalço como uma motivação para continuar a procurar ajuda mais qualificada, mais preparada, e que corresponda às minha exigências...

Deste dia valeu o sorriso da minha mãezinha quando ouviu o resultado positivo da Ressonância Magnética que hoje fez, redução da linha média do tumor, redução da massa, redução do edema. Viva a mãe.

Vou consultar o IPO de Lisboa, é este o meu próximo passo.